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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

idéias com CDs











                                                                                                     

Memória a Xavier Marques - por Conrado Matos



ROMANCE O FEITICEIRO: MEMÓRIA A XAVIER MARQUES

Por Conrado Matos – Psicanalista e Diretor da Associação Lítero-Musical Amigos do Escritor Xavier Marques.

Em memória ao escritor Xavier Marques, que falecera no mês de outubro de 1942, vou citar uma frase que não é minha, mas, do sergipano Jackson Figueredo, que diz o seguinte: “Xavier Marques merecerá o amor de todo o povo brasileiro. Na proporção em que for crescendo a nossa consciência nacional; tê-lo-á todo. Quando levar-nos. Não só à pompa dos programas, mas as escolas, o culto do nosso passado. (...) Quando os nossos homens públicos se derem a esta obra com menos frases e mais seriedade, os livros de Xavier Marques, como os de um Alencar ou Afonso Celso, irão parar às mãos da infância e educá-la para a formação da alma brasileira”.
O Feiticeiro foi um grandioso romance de Xavier Marques, que sofreu nova roupagem. Tudo começou com a obra, Boto e CIA de 1897, que volta a ser reproduzido em 1922, com um novo nome, O Feiticeiro, que reaparece como uma obra alegre e de uma bela jovialidade, sem brutalidade, sem plebeia e sem delírios. O Feiticeiro representa a nossa real Bahia, o modo de ser dos baianos, seus hábitos e costumes.
Francisco Xavier Ferreira Marques nasceu na Ilha de Itaparica, em 03 de dezembro de 1861, e morreu em 30 de outubro de 1942. Nesse mesmo ano de 1942, ano da sua morte, nasceu seu neto, o músico Celso Xavier Marques, que está vivo residindo aqui em Salvador. Celso Xavier Marques é um músico excelente e uma pessoa muito simples. Puxou ao seu avô que costumava ouvir a Banda do Exército Brasileiro tocar em datas comemorativas.
Xavier Marques foi Membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira de nº 28, assim como foi Membro-Fundador da Academia de Letras da Bahia, ocupando a cadeira de nº 33, que atualmente é ocupada pela Ialorixá Mãe Stella. Francisco Xavier Ferreira Marques foi também Deputado Federal e Jornalista, sendo articulista de diversos jornais.
Para finalizar meu artigo, transcrevo aqui o Hino “Tributo a Xavier Marques”, de autoria do seu próprio neto, o meu amigo, e grande compositor baiano, o Maestro Celso Xavier Marques. Vejam a letra: “Xavier Marques, Meu velho escritor/ Itaparica/ Baiano ilustre vulto de valor/ Xavier Marques, feitos marcantes/ A memorizar Simples histórias/ Gênio literato a relembrar/ A cidade encantada/ A arte de escrever/ As voltas da Estrada/ Iremos percorrer Xavier Marques. Jana e Joel Simboliza um grande amor/ Autodidata/ obra prima/ O mar lhe inspirou poeta/Romancista/ Estilista/ Academia preservou/ do jornalismo às Letras/ Sua vida dedicou../ O Feiticeiro, Holocausto/ Os Praieiros Mar Azul!!! A Boa Madrasta/ Maria Rosa/ O Arpoador/ O Sargento Pedro... Insulares Terras Mortas, Pindorama/ Terra das palmeiras Deus Criou, (Deus Criou) Tão sublime, a sua pena magistral/ Fez Xavier Marques, Imortal.

Conrado Matos é Psicanalista, Licenciado em Filosofia e Bacharel em Teologia. Pós-graduado em Teoria Psicanalítica. Ex-diretor executivo do Cepa Círculo de estudo, Pensamento e Ação.
E-mail: psicanáliseconrado@hotmail.com – Tels: (71) 9910-6845/8717-3210/8103-9431.






sexta-feira, 17 de outubro de 2014

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A DOR DA PERDA, Artigo por Conrado Matos, psicanalista

A DOR DA PERDA


POR CONRADO MATOS PSICANALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
    
Artigo publicado nesta Terça-feira, 14.10.2014, no Jornal Tribuna da Bahia.


  
O que faremos para recomeçar depois de termos vivenciado a dor da perda, mesmo não a esquecendo nunca mais? A perda de um ente querido. Que diga de passagem - como dói! A perda é dolorosa. Quem já sentiu sabe muito bem. Mesmo assim, precisamos reservar muito gás para continuar lutando instintivamente pela nossa sobrevivência, estando ciente de que não nos livramos de outras perdas, de outras decepções. Enquanto existe vida, presenciamos perdas, derrotas e vitórias. O bom da vida é não perder a cabeça. Tudo isso passa. A vida só tem graça quando passamos pela dor da frustração, e pelo prazer de tudo que conquistamos. O mal e o bem andam juntos, e vivenciamos a experiência dos dois. O certo é não se desesperar, para não fazer besteiras na vida.
Como a vida é curta! E muitas vezes, temos que nos livrar do perigo e da morte. Vivemos assim, nos protegendo do perigo, até que um dia teremos que partir.
A perda é ingrata. Mãe má, do leite mal de Klein ( Melanie Klein – psicanalista que aprimorou a psicanálise infantil), que nos deixa frustrados e decepcionados. Mas com seu amargo psicossomático, vivenciamos o enigma, a dor da angústia real, a que nos motiva a viver um tormento psíquico, para poder mudar de foco.
A perda de um amor, por exemplo, pode nos fazer refletir o quanto fomos egoístas e desumanos. O quanto faltamos com a arte do bom relacionamento, e por pouca experiência interpessoal, não fizemos as trocas devidas. A perda de um emprego pode provocar um estalo grandioso em nossa mente, e nos fazer pensar que devemos mudar de foco, criar novas estratégias, e nos especializarmos profissionalmente com muita urgência, para não cometermos as mesmas falhas e os mesmos deslizes. Ou quem sabe, a perda de um ente querido, que pode nos fazer refletir e buscarmos por maneiras mais humanas, fraternas e calorosas.
Só sei que, com a perda, vamos passar pela provação de alguma coisa desastrosa ou desagradável em nossa vida. Seja para o bem, ou para o mal. Tudo depende de como se encontra o nosso psiquismo, ou o nosso próprio eu, como maior gerenciador da nossa consciência.
Perder nunca é bom. Às vezes, quando perdemos algo, nos dá uma dor de cabeça danada. Haja analgésico para tranquilizar a dor. A dor presente, mas que lá no passado, existiu a outra dor – a dor do trauma; a dor do inconsciente – a dor psicossomática.
Tem gente que quando perde dinheiro, não dorme bem. Tem torcedor de futebol que quando seu time perde, fica agressivo e parte para o vandalismo. Já existiram pessoas que suicidaram diante de uma perda. Mas há daqueles que já romperam com uma relação amorosa, e disseram-me, em análise, que se livraram de um tormento. Pois é, tem perda que nos faz muita falta, mas tem algumas que foram mesmo que se livrar de um dente estragado, que nos atormentou durante a noite.
A perda é assim, ingrata e boa. Quem não já passou pela experiência de ter perdido uma namorada para alguém, às vezes, um conhecido ou um irmão. Ou por ter perdido uma aposta, porque seu time perdeu. Ou porque perdeu muito dinheiro na Bolsa de Valores.
Aprendemos com coisas boas e com coisas ruins. Até por uma má escolha de um político que acreditávamos em sua boa fé. Quantas experiências já passamos de ter feito tantas escolhas erradas, mesmo assim, continuamos errando. Batemos em portas e recebemos muitos não’s e muitos sim’s. A vida é assim mesmo – frustrante. É na frustração que a desafiamos mais. A vida é boa e ruim, oscila para frustração, quando perdemos, e oscila para o prazer, quando ganhamos. O mundo é de perdas e de ganhos.
O bom é que, se aproveitarmos cada uma dessas experiências, boas e ruins da vida, dos seus encantos e desencantos, nunca devemos deixar de vista, que um dia podemos recomeçar.

Conrado Matos é Psicanalista, Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Escritor.
e-mal: psicanaliseconrado@hotmail.com